quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012


A popular bênção de São Brás contra enfermidades

                      Pe. David Francisquini



São Brás foi bispo de Sebaste (Turquia), martirizado no ano de 316, sempre  invocado para solucionar os males de garganta. Sua festa dá-se a 3 de fevereiro, quando as velas de cera a serem bentas seguem as normas do Ritual Romano.  Procede-se a cerimônia predispondo duas velas em forma de cruz presas por uma fita vermelha, lembrando o seu martírio, auge de heroísmo e amor em defesa da fé católica. Não fazendo nenhuma concessão aos erros que se opõem à doutrina de Nosso Senhor Jesus Cristo, tornou-se modelo de bispo, cheio de vigilância e de incansável zelo pelas suas ovelhas. Modelo de pastor e pontífice, não hesitou um instante sequer na defesa intrépida da fé e enfrentou corajosamente o martírio, derramando seu sangue para confirmar no bom caminho a  grei  que Deus providencialmente lhe confiou.
Habitualmente os pais levam os seus filhinhos à igreja para evitar esses freqüentes males em tão tenra idade. Sou testemunha de muitos casos insolúveis em que as crianças foram agraciadas com a intercessão e ajuda do poderoso santo. Não só os pequeninos recebem sua proteção, mas também os adultos. Pena que tão salutar e aconselhável costume é relegado à poeira do passado. Em conseqüência do relaxamento religioso e avidez de inovações, guiado pelo revanchismo e preconceito de tachar os hábitos tradicionais de velharias emboloradas, as igrejas ficam vazias, enquanto os fiéis vão em busca de solucionar seus problemas em lugares escusos.
 De acordo com o Ritual Romano, o ministro da Santa  igreja, ao abençoar as velas em honra de São Brás, passa a  invocar a Deus Onipotente, pleno de ternura e bondade, criador das variedades dos seres que, para renovar o próprio homem, e torná-lo  participante da graça divina, veio a esse mundo o Filho unigênito do eterno Pai. Ele se encarnou e se fez homem para fazer bem à humanidade  inteira. Esse mesmo Deus  imenso, digno de temor e de todas as homenagens, se dignou ainda fazer tantas maravilhas, instituiu a maravilha das maravilhas que é a Santa Igreja Católica. Ela, sendo a Esposa mística de Cristo,  recebeu do Seu divino Fundador o poder  incomparável  de salvar as almas. A  Igreja, nessa data, lembra ainda a Deus a fé de São Brás que a proclamou sem temor, enfrentando os  tormentos mais variados e conquistou assim, para si, a palma do martírio, sendo exemplo e modelo de bispo. Além de outras graças lhe conferiu o dom dos milagres, por sua virtude de curar os males da garganta. Humilde e confiante o ministro de Deus se volta para a Majestade infinita, implorando para não olhar as nossas culpas mas seja aplacado por sua venerável bondade e pede ao bom Deus abençoar e santificar esta cera, criatura Vossa e infundir nela a graça divina e em que todos aqueles cujos pescoços forem tocados por ela, com fé, fiquem  livres de toda doença da garganta pelos merecimentos do martírio do santo e receba  saúde,  alegria e as graças e que dentro do redil de Jesus Cristo possam sempre louvar a esse Deus que é glorioso por todos os séculos.
Por sua vez,  o padre asperge com água benta as velas que são  impostas  ao pescoço de cada fiel, em forma de cruz dizendo a seguintes palavras: “Pela intercessão de São Brás, bispo e mártir, livre-te Deus dos males da garganta ou de qualquer outra doença. Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Amém”. O sacerdote abençoa cada um, traçando uma cruz, com a mão direita.
Convém ainda ressaltar que a  Igreja, nossa Mãe, para enriquecer essa festa, instituiu uma outra bênção para beneficiar as almas, com os dons divinos, podendo ainda abençoar a água potável, pães, vinho e frutas e todos aqueles que fizerem um bom uso desses alimentos recebam a saúde da alma e do corpo em honra do glorioso santo. A  Igreja, verdadeira mãe, se preocupa dedicadamente sanar e aliviar as mazelas que atormentam a alma e o corpo de seus filhos e ajudá-los misericordiosamente a confiar na ajuda do céu.


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